Batia água quando a guarda do
Parque colocou o barco no rio Uruguai, na tarde do último dia do mês de outubro
passado. O rio espremido entre a mata nativa brasileira e da província de Missiones
na Argentina, bufava e descia caudaloso rumo à bacia do Prata. As últimas
chuvas tinham tirado o rio fora da caixa e agora estava com seis metros acima
do nível normal. A navegação nestas condições, rio cheio e chuva direta, é
perigosa e exige barco bom e motor potente. O Barco de alumínio de 7 metros com
motor de 25 HP, com o Leandro - gestor do parque - e os guardas Irã e Vilmar,
embicou no poço do Garcia, em direção ao salto do Yucumã rio acima, às 15 horas
daquela terça-feira chuvosa.
Averiguavam uma denúncia anônima,
que informara da presença de pessoas suspeitas dentro dos limites do parque.
Uma cortina de chuva dificultava a visibilidade, e a cavalaria do Yamaha roncava
a força máxima nas corredeiras, fazendo o barco trepidar. Ondas violentas batiam contra o casco do barco, cuja proa empinava, para depois
cair nos buracos que se abriam nos redemoinhos da enchente.
Ao cruzarem a corredeira das
telhas começaram a avistar os primeiros indícios de material de pesca no rio. A
chuva tinha diminuído e uma neblina cinzenta se despregava das águas turvas do
rio Uruguai. O Parque do Turvo é uma
Unidade de Conservação de proteção integral, onde a caça e a pesca são proibidas
SEMPRE. O período de Defeso da Piracema, - época da reprodução dos peixes –
iniciou dia primeiro de outubro de 2012 e se estende até dia 31 de janeiro de
2013, e neste período a proibição da pesca abrange toda bacia do rio Uruguai.
Somente nesta patrulha foram
apreendidos 4.800 m (quatro mil e oitocentos metros) de redes que aprisionavam,
em torno de 120 quilos de peixes, das espécies de grumatã e dourado. Estes 32
exemplares de peixes foram devolvidos ao rio. Todos apresentavam o ventre
estufado devido às ovas que continham. Cada matriz destas da origem a milhares
de alevinos.
Os estoques de pescado no rio
Uruguai, decrescem ano após ano, por causa destas pessoas gananciosas e
inescrupulosas, que praticam estes atos predatórios colocando em risco a
sobrevivência das espécies e do ecossistema com um todo. Somente neste ano já
foram retirados do rio Uruguai mais de vinte e cinco mil metros de redes e
trinta mil metros de espinhéis, no trajeto compreendido entre a corredeira do
macaco até a foz do rio Turvo.
A fiscalização/patrulhamento é executada,
com rigor, pela Patram, pela Brigada Militar de Derrubadas sempre em parceria e
orientação da Chefia e Guardas do Parque do Turvo, que se desdobram nesta época
do defeso da piracema, mas ainda assim insuficientes para conter a fúria
predatória dos gananciosos.
Precisamos construir uma rede de
proteção ambiental, com pessoas conscientes e preocupadas com o meio ambiente,
alertas e vigilantes, questionando, instruindo e denunciando qualquer procedimento
de ataque a espécies da flora ou fauna.
Portanto sempre que verificar
atos de agressão ao meio ambiente exerça seu direito: Denuncie. Você tem o dever de ajudar a preservar o meio
ambiente, a biodiversidade, a vida e o planeta terra.
Pode ligar grátis para:
9090.8407.6806
COLABORE SUA
ATITUDE É IMPORTANTE
Eng. Agr. Telmo J.
Rosa Lopes -Técnico Ambiental - Parque do turvo
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