O Instituto Estadual do
Ambiente (Inea) e a Secretaria Estadual do Ambiente realizaram hoje (21) a
cerimônia de abertura do curso de formação de 220 guarda-parques, que atuarão
na preservação e fiscalização de todos os parques estaduais, reservas biológicas
e estações ecológicas do Rio de Janeiro. Os guarda-parques foram aprovados no
último concurso público feito pelo Inea, e deverão ser incorporados às unidades
de conservação dentro de quatro meses.
Segundo o diretor de
Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, André Ilha, a primeira turma terá
110 homens, que receberão treinamento por dois meses. Após este período, serão
convocados os alunos da segunda turma. As aulas serão ministradas simultaneamente
em dois locais: no Centro de Treinamento de Guarda-Parques do Inea, na Estação
Ecológica do Paraíso, em Guapimirim; e no Parque Nacional da Serra dos Órgãos,
em Teresópolis, na região serrana fluminense.
“Fizemos um esforço
muito grande para adquirir veículos, uniformes e equipamentos para que eles
[guarda-parques] tenham as melhores condições de trabalho possíveis e
consequentemente tenham meios para dar o retorno desejado. Queremos que eles
sejam uma presença permanente nos pontos de maior visitação das unidades para
evitar que ocorram pequenas infrações ambientais, como lixo e acampamento em
áreas irregulares, e principalmente, que eles sejam grandes orientadores dos
visitantes”, disse o diretor.
O curso abrange
disciplinas como prevenção e combate a incêndios florestais; busca e salvamento
de pessoas perdidas ou acidentadas em áreas remotas; ecologia, primeiros
socorros; animais peçonhentos e relações públicas. “Queremos implementar uma
verdadeira doutrina de cuidado permanente com essas áreas naturais protegidas
que preservam uma parcela tão importante da biodiversidade da mata atlântica
fluminense”, disse Ilha.
Segundo o diretor, os
guarda-parques servem também como uma força auxiliar da Defesa Civil estadual
na ocorrências de grandes catástrofes, “como ocorreu na região serrana há dois
anos e agora nos problemas do início deste ano em Xerém, alguns guarda-parques
auxiliaram equipes do Inea na desobstrução e auxilio às vítimas. Nós tínhamos
um contingente de 60 homens que foram cedidos pelo Corpo de Bombeiros e que
continuam conosco. Eles agora vão se somar aos 220 selecionados no concurso”,
disse.
As 19 unidades federais
de conservação do estado ainda não contam com um corpo de guarda-parques. O
planejamento e fiscalização destes locais tem sido realizados por servidores de
carreira, como técnicos e analistas ambientais. A segurança dos parques e
reservas é feita por meio de contrato com empresas terceirizadas de segurança e
com brigadistas, nos casos de emergência, como incêndios e desastres naturais.
A inexistência destes
profissionais descumpre as definições contidas no Decreto 6.515, de 2008, que
determina a formação do corpo de guarda-parques para atuar nas unidades de
conservação federais. Segundo a assessoria do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), a falta desses guardas seria devido à questões
técnicas e jurídicas que envolvem os contratos de trabalho. De acordo com o
instituto, os estados da federação estão sendo os responsáveis pela realização
dos cursos de formação, que devem ser levados em breve para a área federal.
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